O acolhimento da Somos Um no retorno das crianças
- Pedagógico null
- 11 de mar. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de jun. de 2023
Protocolos de higiene, equipe preparada, medidas alinhadas às orientações dos órgãos de saúde e governamentais são alguns dos meios em que o time da Somos Um tem se apoiado para manter colaboradores e alunos em segurança nessa pandemia de COVID-19. Mas o retorno das crianças à escola merece um olhar especial ao emocional, que pode ser determinante para os valores e vivências que serão carregados pela vida toda.
Nessa retomada do nosso blog, mostramos a visão da escola diante desse momento atípico das nossas vidas e também do pediatra Renato Kfouri, que apresenta o ponto de vista médico-científico
Por: Milena Tutumi
Após um ano sem precedentes, percebemos que as famílias ainda seguem com muitas dúvidas na busca por soluções para lidar com a questão da educação das crianças e da adequação às necessidades do dia-a-dia, ao mesmo tempo em que precisam se manter em segurança. Não é para menos, principalmente diante do atual cenário global e a falta de perspectivas quanto ao fim da pandemia.
Nessa jornada, a Somos Um tem procurado acolher da melhor forma, não apenas os alunos, mas também suas famílias, para que essa fase possa ser superada com mais leveza, considerando todo o aprendizado e encantamento tão fundamentais para a primeira infância.

“A educação infantil é fundamental para o desenvolvimento do ser humano. O que a criança vivencia ou deixa de vivenciar do zero aos seis anos é capaz de moldar 90% do seu cérebro. O impacto do que acontece nessa fase tem resultados permanentes e duradouros”, enfatiza Marina Zuanazzi, Diretora da Escola Somos Um. Dessa forma, Marina, que também é biomédica, com mestrado e doutorado em Saúde Coletiva, acredita que pontuar os riscos e os benefícios do retorno às aulas no momento atual é algo muito particular da situação de cada família, que em não raras situações deve considerar entre a presença de alguém de risco no convívio próximo da criança e a disponibilidade de um familiar em acompanhar e proporcionar experiências adequadas a essa criança.
A escola tem se baseado em informações científicas e os estudos atuais demonstram que a população infantil tem baixas taxas de infecção e não é grande transmissora. Para receber os alunos nessa fase, a equipe se mantém atenta às orientações governamentais, seguindo protocolos de segurança e higiene*.
Um dos grandes diferenciais que a Somos Um oferece são os amplos espaços abertos, propícios para atividades ao ar livre. Ao mesmo tempo que permitem às crianças estarem em contato direto com a natureza ao transitarem livremente, evitam qualquer aglomeração em espaços fechados. Durante a realização das atividades que necessitam de manipulação de materiais didáticos, todos os alunos passam por higienização das mãos, que é reforçada constantemente no período de aula.
“Sabemos o quão difícil está sendo para as famílias, especialmente para aquelas que possuem familiares no grupo de risco, forçando-as a escolher entre colocar alguém da família em risco ou sacrificar esse tempo de desenvolvimento da criança. Com muita empatia, nosso desejo é que as famílias não se sintam culpadas por qualquer decisão tomada nesse momento”, reforça a Diretora, Marina Zuanazzi.
Palavra do especialista
Por outro lado, mesmo com todos os desafios da pandemia, o tempo também trouxe muito entendimento sobre o vírus. O pediatra Renato Kfouri, Vice-Presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), conversou com a Somos Um para passar informações importantes a respeito da segurança das crianças e famílias nesse momento de retorno às aulas.
Sobre esse momento de retorno das aulas, qual sua opinião sobre a questão? Temos que nos ater a questões específicas? O que deve ser levado em consideração nesse momento de dúvidas e também sobre a questão psicológica das crianças.
No começo da pandemia, estimávamos que as crianças pudessem ser importantes transmissores da doença, como elas costumam ser na maioria dos outros vírus respiratórios dentro das epidemias familiares. No entanto, aprendemos que com a Covid-19 é diferente, as crianças adoecem menos e têm menos sintomas, com isso também transmitem menos ao reduzirem os vírus eliminados em tosses e espirros.
Isso fez com que a gente revisse toda a estratégia de colocar as escolas como as primeiras a serem fechadas e as últimas a serem reabertas. A maioria dos países hoje chega a esse consenso, de que as escolas devem ser vistas com outro olhar.
Não é possível termos bares, academias, salões de beleza e shopping abertos, que são locais com muito mais riscos de transmissão que as escolas. Claro que é preciso ter condições de se abrir, com protocolos de segurança, redução de pessoas, minimizando os riscos possíveis.
Não podemos penalizar as crianças com a falta de escolaridade durante tanto tempo. Essa é a visão atual da SBP resumida.
E sobre a utilização de máscaras, qual sua opinião sobre o que deve ser seguido?
A SBP recomenda o uso de máscara para todos a partir dos dois anos de idade.
Com a circulação dessa nova variante do vírus causador da Covid-19, que mostra maior poder de transmissibilidade, há novas recomendações para cuidadores e crianças?
Os cuidados devem ser mantidos. São eventos raros e as crianças continuam sendo atingidas desproporcionalmente pela doença nas formas mais graves.
Sabemos que em 2020 houve uma queda na cobertura vacinal pelo receio das pessoas em utilizar os serviços de saúde. O que isso pode causar?
É um grande equívoco se achar que a vacinação não é um serviço essencial, as crianças correm muito mais risco de adoecimento e morte por pneumonia, diarreia, meningite, febre amarela, difteria, coqueluche, do que pela própria Covid-19. O medo deve ser deixar o calendário desatualizado. Temos que evitar a reintrodução dessas já doenças controladas na sociedade.
Há medidas profiláticas para evitar os vírus?
Não há evidências a respeito disso. Não há medicamentos ou substâncias indicadas, o que protege é o distanciamento, o uso de máscaras, a higienização. Não há nada que se possa aplicar, usar, ingerir, inalar ou beber que faça alguma diferença na prevenção da Covid-19. Nem em criança e nem em adulto.
*A Somos Um possui documento disponível com os protocolos de segurança disponíveis para quem tiver interesse.
Referências:
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